Morte ou Redenção



- LIGAÇÃO RESTABELECIDA -

"Acho que a Cynthia não percebe a gravidade da situação... Talvez seja melhor recordá-la o porquê de estarmos a fazer isto...e o porquê de todos juntos estarmos a tentar encontrar o Kyrian: para evitar que os momentos seguintes se voltem a repetir em massa..."


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-Em reprodução-

 
                Um enorme jacto circular sobrevoava a torre Ómega.
                - Dêem início à missão – Disse um homem que observava tudo via satélites, por detrás de um ecrã gigante. Estava elegantemente vestido com um fato preto, contrastando com o cabelo branco, mas rosto absolutamente jovem, aparentando ter pouco mais que vinte anos.
                “Sim senhor! E o que fazemos com o Espectro?” – Respondeu através do auricular.
                - Não nos é útil, executem-no – Disse o homem apático.
                “Mas senhor… Ele já foi nosso superior, não podemos…”
                - Vocês são a unidade de elite Exorber, estão a usar os meus equipamentos, e têm total inibição de legislação, por estarem a trabalhar para MIM. – O homem fez uma pausa, respirando fundo e olhando para as unhas – Preciso dizer mais alguma coisa?
                Do outro lado do auricular, ouviu-se um disparo e um gemido.
                “Ordem cumprida, senhor. Aguardamos instruções”
                - Mas quantas vezes é preciso vos repetir a mesma coisa, seus idiotas? – Poisou os pés sobre a secretária e olhava para o tecto proferindo de cor as instruções. – Um, aterrem a porcaria da Zarpun; Dois, evacuem as pessoas; Três, executem todos os que ficarem à excepção de; Quatro, os tipos que têm de trazer. que são; Cinco, o neto do velho e os amiguinhos;
                “(…) Compreendido. Transmissão terminada.”
                - Inúteis… Esperem só até…
                - Ora, ora… - Disse alguém, colocando as mãos sobre os ombros do homem – Tens de te acalmar meu querido Zeph… Estás tão tenso!
                - Scarlett, o que é que estás aqui a fazer?
                A sedutora mulher, rodeou a cadeira, passando as pernas descobertas em frente à cara de Zeph. Pela maneira como caminhava, parecia que desfilava numa passerelle, exibindo todo o corpo que não estava coberto pela seu curto apertado vestido vermelho.
                - Saber de novidades, como corre o processo?
                - Dentro de pouquíssimo tempo, vais-te reunir com família chegada – Disse Zeph extremamente sorridente, revelando tanta ironia quanto possível.
                - Sério? – Sorriu – Mal posso esperar.
                Na torre Ómega, acabavam de saltar as tropas da Exorber.
                - Activem as NanoCell! – Disse o comandante da unidade.
                Os fatos da unidade passaram de pretos carbónicos para um azul translúcido, como se um líquido fluorescente estivesse a ser bombeado pelo corpo dos tropas. Todos os vinte tropas colocaram dispositivos de fixação no topo do edifício ligando cabos ao fato e foram por ordem saltando do topo do edifício em direcções opostas, de braços esticados. Ao se aproximarem dos vidros, enrolaram o corpo, formando uma bola. O impacto destes nos vidros previamente estalados, foi o suficiente para quebrá-los e facultar a entrada das unidades no edifício. A missão começava agora.
                A caminho da sala 7, Kyrian ouvia estrondos em todo o edifício, mas não podia parar, tinha de chegar à sala o mais rápido possível. “Estou a chegar, assim que entrarem, saltem o mais alto que conseguirem e deslizem pelo chão, activei o sistema de segurança!” Enviou Kyrian. Entrou na sala e um alarme disparou, activando lasers que começaram a rodopiar pela sala. Acontecesse o que acontecesse, era melhor que nada nem ninguém tocasse nestes lasers. Sem hesitar, Kyrian saltou por entre dois lasers e enrolou-se ao cair, deslizando por entre um conjunto de cinco lasers. Estava agora encostado à janela, onde conseguia ver a parte sul de toda a cidade.
                Imediatamente a seguir, a porta rebentou saltando de lá os três amigos de Kyrian. Antes de entrar, Celine descalçou rapidamente os saltos e atirou-os com toda a força contra o segurança que os perseguia.
                - Este há-de ser o contacto mais íntimo que tiveste com uma mulher, seu palhaço! – Riu-se Celine, fazendo um pino por entre dois lasers, seguidamente de um mortal à retaguarda, mas ao bater com os pés no chão, deslizou, indo com a cabeça de encontro a um laser.
                - Celine! NÃO! – Lance agarrou-a no salto que estava a executar puxando-a para trás, contudo era tarde demais, os cabelos de Celine tocaram no laser, e consequentemente estes foram cortados e um alarme disparou e desceu por cima das cabeças dos três amigos uma metralhadora giratória – apontada para a porta, em direcção a Trace.
                - TRACE! TRACE, BAIXA-TE! – Gritou Celine, mas era tarde demais, o sorriso que ainda restava na cara de Trace, desvanecia agora à medida que este era brutalmente alvejado pela arma que Celine tinha activado.
                Trace deixou cair o que tinha retirado dos pilares, objectos que rodopiavam por entre os lasers e caindo aos pés de Celine, que entrou imediatamente em choque.
                - TRACE! – Gritou Celine correndo para ele, mas segurada por Kyrian que sem pensar duas vezes a puxou para si, evitando que também esta fosse alvejada pela arma que se encontrava no tecto, ficando no ângulo morto da mesma. Celine gritava e chorava como se tudo o que ela tinha, lhe tivesse sido retirado. De facto, assim era, o primeiro e único homem que Celine tinha amado até ali, acabava de morrer, por um erro milimétrico, cometido por si mesma.
                Kyrian observava congelado a imagem do seu amigo a esvair-se em sangue, tentando desviar o olhar da imagem que o aterrorizava e ao mesmo tempo o consumia.
                - Temos de fugir – Disse Lance apanhando rapidamente tudo o que conseguia do chão, restando apenas uma caixa que estava no centro da sala, bem ao pé da mão de Lance.
                - Não… Vocês têm de fugir! – Activando o intercomunicador do braço Kyrian tocou com a mão no vidro que estava à frente deles e aguardou, segundos mais tarde o vidro explodiu fazendo com que toda a sala fosse devastada com uma gigante corrente de ar, pela altitude em que estavam. De repente a mota de Kyrian, tornou-se visível e nela colocou Celine – Vai com ela Lance, eu tenho de recuperar o Trace, por ele… por ela…
                Lance olhou para Trace uma última vez e assertivo olhou para o Kyrian, assentindo com a cabeça e montando a mota, saltando para fora do edifício. Dois segundos depois os seguranças estavam em frente à porta com armas de atordoar apontadas a Kyrian e sem hesitar, ambos dispararam.
                “Kyrian…. Muahahaha… Ian Ian? Ian Ian? KYRIAAAAAAANNN” Proferiu de novo a voz que ecoava dentro da cabeça de Kyrian e de novo as vibrações percorreram todo o seu corpo.
                - Não… Não agora… - Kyrian olhou para as balas atordoantes a dirigirem-se a alta velocidade contra Kyrian, mas este agilmente passou por entre as duas – Não desta vez… - Olhando para cima, saltou, pendurando-se na arma e com toda a força que tinha, conduziu uma vez mais as vibrações pelos braços, mas desta vez, de olhos bem abertos, e foi então que pode observar, os seus braços a ganharem um tom vermelho e depois azul, e enormes faíscas a percorrerem a arma, tornando-a inutilizável, e derretendo das altas temperaturas a que estava a ser submetida. Contudo, não fora a arma a única coisa que se tornara inutilizável: Também o seu intercomunicador tinha esturricado no seu braço.
                Os guardas olharam assustados e ao verem aquela cena, estremeceram e abandonaram o local a correr, ficando o seu amigo no chão, morto e mais à frente, uma caixa de madeira perfeitamente ornamentada.
                - Trace… - Kyrian ajoelhou-se olhando para o rosto pálido do seu amigo. Este, mexeu brevemente os dedos, segurando a mão do amigo.
                - Promete… - Trace abriu com dificuldade as pálpebras e tentou fixar Kyrian, que o olhava aterrorizado e nervoso – Promete… cuidar… - Disse com uma voz muito trémula.
                Kyrian abraçou o amigo, nunca tinha lidado tão perto com a morte como agora. Sem se conter, deixou lágrimas caírem pela sua face.
                - Eu juro que nunca ninguém lhe vai fazer mal, ouviste Trace? – Mas o amigo já não respondeu. Kyrian colocou a sua cabeça no peito do seu amigo, coberto de sangue, e ouviu o pulsar do coração a desvanecer – Vai em paz, eu asseguro-me que ninguém irá magoá-la.
                Kyrian retirou o intercomunicador do braço de Trace e substituiu o seu. Levantou-se pegando na caixa, guardando-a no seu fato. Passo a passo afastou-se dos restos mortais do seu melhor amigo. Colocou a mão apontada à janela partida e a mota de Trace apareceu. Kyrian caminhava para a janela, mas de repente na janela ao lado deu-se um estoiro e rebolou um dos tropas da Exorber.
                - Não vais a lado nenhum – Disse apontando a mão na direcção de Kyrian e deflagrando uma bola de energia pelo corpo de Kyrian que caiu imóvel no chão – Tenho o alvo principal imobilizado. Estou na ala sul do edifício, sala 7 – Disse o homem olhando em redor.
                Kyrian recuperou os movimentos e sem pensar duas vezes, atirando o tropa para o chão e sentindo a vozinha de novo a proferir “Ian, Ian, Kyrian? KYRIAAAAAAN” Antes que fizesse algo, Kyrian atirou o painel de braço do Trace para o lado e agarrou na cabeça do Exorber com toda a força, fazendo com que esta explodisse.
                Agarrou novamente no painel de Trace sem esperar mais e saltou pelo edifício, agarrando-se à mota e avistando a sua mota com os seus dois amigos e bem por cima de si, uma gigantesca aeronave.
                “Ajuda-me Trace…” Pensou Kyrian, colocando as mãos na caixa da mota. “ACTIVAR 4 TURBINAS?”
                - ACTIVAR – Berrou Kyrian indo de encontro aos amigos que estavam na sua mota a pairar perto de outro edifício. Da nave saíram 5 Viperons, que foram de encontro a eles.
                “Desce ao nível do solo, tentem dissipar-se, encontramo-nos no esconderijo!” Enviou Kyrian, enquanto estava a ser seguido pelas motas. Revirou a mota para a frente, fazendo um mortal e fazendo com que a mota seguisse em frente. Em queda livre, activou o controlo remoto da mota que em modo invisível o foi buscar, desaparecendo da frente das motas, evaporando-se entre a multidão.
                “Comandante Zeph, comunico” Chamou o chefe dos Exorber.
                - Não comunica nada seu palhaço, eu já vi a merda que fez – Disse Zeph retirando os pés da secretária e olhando para o ecrã – Retirem a porcaria da Zarpun daí e voltem imediatamente para a base.
                - Não… - Disse Scarlett sorridente e encostando-se junto a secretária olhando para a projecção. - Vimos duas motas a fugir do edifício… Um deles morreu, e uma ia à boleia, parece-me mais que óbvio o que vai acontecer, não? – Scarlett inclinou a cabeça para trás olhando para Zeph ao contrário.
                Zeph caminhou sorrindo e sentando-se ao lado de Scarlett na mesa.
                - De facto… - Confirmou passando a mão pelo cabelo de Scarlett, que o ignorou por completo – Retirem a Zarpun, mande os tropas para casa, você fica, mantenha-se invisível no tejadilho. Eles vão voltar para ir buscar uma das motas.
                - Andas bom em matemáticas… Se eles eram quatro e fugiram dois, engoliste uma mota pelo caminho?
                - A que ia à boleia – Zeph tocou na parede projectada e arrastou a imagem para trás, ampliando a figura de Celine – Estás a ver isto? – Ampliou para o braço e deu um toque sobre o circuito que estava ao braço da rapariga. Automaticamente um menu de especificações do objecto apareceu revelando o ponto que Zeph se focava.
                - Um intercomunicador… - Scarlett puxou o seu corpo para cima da mesa e cruzou as pernas balançando-as para a frente e para trás – Que é que tem?
                Zeph olhou com desdém e caminhou para a secretária tocando no rebordo da mesma e fazendo abrir uma comporta no centro da mesa que revelou um disco metálico ornamentado.
                - Auto-Peron modelo 5.4 – Zeph colocou-o sobre o pulso e carregou no centro do disco, que se deformou, alastrando para todo o pulso e transformando-se numa bracelete com um ecrã digital, com todo o tipo de ferramentas virtuais.
                - Sabes que máquinas nunca me impressionaram.
                Zeph apontou o braço para o lado de Scarlett e um segundo depois uma Viperon preta metalizada com rebordos vermelhos escarlates aparecia do nada.
                - HEY! – Scarlett saltou e olhou para Zeph e logo a seguir para a mota fazendo-lhe uma festa e pulando sobre ela – Como é que chamaste a minha Vipe?
                - Com o mesmo que ela vai chamar a sua, com o Auto-Peron, só precisas registar os códigos das Viperons no dispositivo e ele passa a controlar automaticamente – Zeph fez uma pausa, voltou a premir o botão central do dispositivo e este voltou ao mesmo disco inicial, que cautelosamente Zeph guardou na comporta, trancando-a de seguida.
                Scarlett deitou-se sobre a mota e ficou a olhar pensativa para Zeph.
                - Sim Scarlett, eu tenho os teus códigos da Viperon, de facto, eu tenho os teus códigos de tudo, desde que trabalhas para mim – Sorriu, virando costas.
                - Devo ficar surpreendida? – Scarlett deu uma volta sobre a mota e deitou-se de barriga para cima olhando para o enorme tecto da central – Mas de facto, isso dá-me uma ideia… Se estiveres disposto a brincar a um jogo comigo, claro – Scarlett riu-se, cativando o interesse de Zeph.
                - Um jogo, é? – Zeph olhou para Scarlett que fazia mais uma nova posição em cima da mota – Que tipo de jogo estás a falar?
                - És um crânio, não és? – Scarlett pulou da mota e aterrou sobre as suas botas de plataforma no chão, perfeitamente equilibrada – Então saca os códigos daquelas motas aos putos, isso vai-nos dar um seguro que se os teus fieis e idiotas colaboradores falharem, nós conseguimos localizá-los através deste “AutoTron” ou lá o que é.
                Zeph olhou para a imagem captada dos satélites e depois olhou para Scarlett a sorrir.
                - Não é mal pensado, não senhora. – Scarlett fingiu o gesto de uma vénia colocando uma bota atrás da outra, curvando-se para a frente e inclinando os braços para trás, salientando o seu decote. Zeph aproximou-se da secretária e repetiu o esquema para retirar o intercomunicador – Vou precisar de uma boleia, visto que o meu foi para arranjar.
                Scarlett olhou para Zeph calmamente e caminhou em direcção à mota. Colocou o capacete que estava em cima da caixa de acesso e colocando uma mão na lateral, activou uma comporta lateral da mota que se abriu, saindo outro capacete que atirou para Zeph.
                - Estou surpreendido, uma tresloucada como tu usa capacete? – Riu-se Zeph enquanto colocava o seu.
                - É só para não levar com mosquitos – Respondeu Scarlett activando a caixa de reconhecimento com a sua mão e fazendo a sua mota pairar no chão – Vais ficar aí especado ou vais-te despachar?
                - Mantenha-se Invisível Kane, mande os outros embora, eu vou para aí – Zeph saltou para cima da mota e usando o intercomunicador abriu uma comporta na sala de comandos onde estava que dava para o exterior: 120 pisos acima do solo e a várias milhas de distância da torre Ómega, a Viperon negra arrancava nos céus da cidade.
                Quatro horas depois: Subúrbios de Alfa-Cron. A parte velha da margem sul da cidade. Uma escadaria junto a um prédio dá para um piso subterrâneo, com uma porta blindada. Dentro da sala encontra-se Lance, verificando dados num ecrã e olhando intermitente para Celine que tinha adormecido depois de um calmante.
                - Vais lá voltar, não vais? – Disse Lance para Kyrian, que estava sentado ao lado dela, recordando o que vivera até ali.
                - Sim, preciso de recuperar as motas, caso contrário, ficamos expostos. Melhor empacotares isto tudo – Lance olhou por detrás dos óculos para Kyrian, observando atentamente o que ele dizia – Vão procurar-nos aqui, demorámos demasiado tempo a sair do edifício, a nossa cara em pouco tempo vai estar espalhada por aí. Os poucos que nos protegem em breve serão apertados.
                - E tens alguma ideia para onde vamos? – Questionou Lance levantando-se da cadeira e olhando para o mapa de Alfa-Cron.
                - Nenhuma… Não há sítio longe o suficiente dentro desta prisão de betão…
                - Não comeces – Disse Lance tocando no mapa e ampliando certos locais, estudando-os atentamente – Não é o momento para voltarmos à discussão sobre sair daqui. Não é.
                - De facto… Ouviste falar na echo?
                Lance ignorou a pergunta e continuou a estudar os mapas, procurando por algo.
                - Eles vão sair do planeta, vão procurar outros… Sair para fora do Alfa-Cron, para fora do planeta, não tens curiosidade?
                - Sim e não… - Lance tirou os óculos, massajando as pálpebras, voltou a colocá-los e aproximou-se do amigo – Conversamos mais tarde sobre isso, por agora temos mais que fazer… Já verificaste se o que trouxemos não tem localizadores?
                - Não – Disse Kyrian ajoelhando-se sobre as mochilas e retirando tudo para fora. A caixa de madeira caiu no chão e imediatamente isso chamou a atenção, fazendo-o lembrar do amigo morto no chão.
                - O que é isto? – Lance agarrou nela e examinou-a – Isto é madeira… Não dá para derreter e ninguém vai aceitar comprar isto para nada. É melhor desfazermo-nos disto.
                - Não, isso é meu. O Trace tinha-o na mão.
                Lance calou-se e colocou a caixa sobre a mesa ficando a olhar para o resto das coisas.
                - Hey, olha! – Lance apanhou uma jóia do chão e olhou para a caixa e viu um símbolo que se parecia tal e qual com a pedra que tinha na mão.
                Kyrian olhou e tirou a pedra da mão de Lance.
                - Preocupa-te com os localizadores, eu fico com isto. Vou buscar as motas. – Kyrian retirou os intercomunicadores do braço e atirou-os para Lance. Lance fixou o intercomunicador esturricado.
                - Um: Tens a certeza que queres ir sozinho e sem um destes? Dois: Que raio aconteceu ao teu intercomunicador?
                - Um: Sim, no caso de ser apanhado não vos localizam e dois: É uma longa história, que nem eu ainda percebi, vou levar a mota do Trace, logo falamos, se não estiver aqui até ao anoitecer, explode com isto e vai-te embora. Encontra o meu avô e avisa-o disto, ele está no 3rd Paradise, na ala dos pacientes terminais.
                Lance não fez mais perguntas, assentiu e retomou ao trabalho. Kyrian saiu da sala, retirando um revólver de ultra-sons da gaveta, preparando-se mentalmente para o que poderia acontecer. A morte fora coisa que nunca o tinha assustado, talvez até ali, que nunca tinha sentido o que era de facto a morte, mais do que o deixar de existir, a perda de uma vida, e de todos os sentimentos gerados por isso. Perdera o seu melhor amigo e sabia que o seu avô em breve iria ter o mesmo destino devido à leucemia avançada que tinha, em muito causada pela exposição à radiação excessiva usada para eliminar as Quimio-rads. Era tudo o que Kyrian não queria, perder a única figura paternal e a mais parecida figura maternal que tinha. “Porquê?” Kyrian debruçou-se sobre a Viperon do amigo e deslizou suavemente as mãos na caixa de reconhecimento.
                - Activar duas turbinas – Disse quase inaudível e olhando perdido para a linha do horizonte enquanto a mota erguia – Espero que estejas comigo Trace. Vamos a isto – Acelerou e desapareceu em direcção à torre Ómega.

 - LIGAÇÃO BLOQUEADA -
- SEM SINAL -

Posted by Kane Blitwun |

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