Convidados Indesejáveis (1ª Parte)





- LIGAÇÃO RESTABELECIDA -

"Olááá! Sou a Cynthia! Faço parte da unidade Blackout de Alfa Cron. Desactivei o terminal do Kane, hehehe. Por esta hora ele deve andar aflito porque não vai fazer a missão dele... Mas pronto, eu tambem lhe roubei alguns ficheiros... Acho que é este! (...) AH SIM! Eu sei que me estão a ouvir, vejo aqui luzes a piscar! Encontrem o Kyrian por nós, ok?! É muito importante! Adeusss!"


-Procedendo à descarga de ficheiro 002.rg8-
>>Descarga Incompleta.

>>Nome de ficheiro: Convidados Indesejáveis (1ª Parte)

-Em reprodução-

                A mota sobrevoava a cidade, de encontro à localização dada pelo seu amigo Trace. Agarrado à mota, colocou as mãos de novo na caixa de reconhecimento e desactivou o piloto automático.
                - Vamos lá acelerar isto um bocadinho – Gritou Kyrian ouvindo-se a si mesmo fazendo a mota descer a pique para perto do chão, centenas de pessoas circulavam pelo chão e apontavam nos ares ao ver a mota a quase despenhar-se – Eeeeee… VIRA – Puxou a mota o mais à direita e cortou por entre dois prédios bastante juntos.
                A cidade estava repleta de pessoas, sentia-se o calor humano e as vozes de tanta gente ecoavam pelo ar, ouviam-se gritos e risos… Nada de novo para Kyrian que estava habituado a sobrevoar por entre a multidão.
                Mais a frente, Kyrian observou uma mota a vir de encontro à sua, era de outro amigo que se dirigia para o mesmo ponto de encontro que Kyrian. “Bora uma corrida?!” Recebera Kyrian no seu intercomunicador. “Estava a ver que nunca mais perguntavas Lance” Respondera e acelerou passando por baixo da mota.
                Na central da fortaleza um despique de motas voadoras começou. Kyrian acelerou, rodopiando com a mota pela parede de um edifício e vendo o seu amigo a levantar a mota para o topo. “Mariquinhas, chamas a isso corrida?” Enviou pelo dispositivo. Pouco depois e à sua frente cai a pique a mota de Lance, seguida por outra, acabava de se juntar à corrida a sua amiga Celine. “Vocês são mesmo uns totós, chamam a isto de corrida?!” Apitaram os dois intercomunicadores.
                Kyrian sorriu e acelerou ficando lado a lado com Celine e olhou para esta deitando a língua para fora e acelerando de novo, mas mal olhou em frente, a mota espeta-se num poste e Kyrian cai para o nível de solo. “Wow, essa foi inteligente mauzão” – Apitara o dispositivo.
                -Vá, vá, liga logo os sistemas motinha, não me abandones, vá lá!!! – Kyrian espetou um murro lateral na moto e esta automaticamente arrancou, deixando-o estupefacto, nunca tinha visto uma moto arrancar depois do espetanço que Kyrian tinha tido contra o poste – O meu avozinho arranjou-me mesmo uma moto e peras…
                “De volta à corrida!?” Brincou Lance na sua dianteira. “Ri-te, ri-te, prepara-te para ouvires o som da turbina a passar por ti” Kyrian esticou o seu corpo na mota, ficando quase deitado na moto fazendo com que a parte dianteira, deslizasse da traseira. Ao deslizar totalmente, uma terceira turbina foi accionada e a moto, disparou para a frente. Kyrian raramente usava a terceira turbina, mas nunca perdera uma corrida e não iria ser agora. Ao passar ao lado de Lance, viu o sorriso trocista dele, activando também a sua terceira turbina. “Queres festa, hem?!” Lá a frente, Celine estava a ir de encontro a um edifício. “Que é que ela vai fazer?! VAI-SE ESPETAR!” Mas assim que a moto se encostou ao edifício, Celine puxou-a para trás, fazendo com que as turbinas trepassem pelo arranha-céus. Vários vidros estalaram, com a pressão das turbinas impossibilitando que os seus amigos a seguissem. “Miudinhos, ainda têm muito que aprender” Kyrian e Lance riram-se entreolhando-se, Kyrian retirou a mão da caixa de reconhecimento e fez sinal para Lance, com 4 dedos. Lance ficou de boca aberta. “Nem penses, estás doido?!” Kyrian riu-se e piscou o olho, voltando a meter a mão na caixa de reconhecimento e premindo o botão no fundo da caixa, que pediu o seu reconhecimento de novo. “QUARTA TURBINA: ACTIVAR?”
                - ACTIVAR – Berrou Kyrian, fazendo com que a moto se desactivasse momentaneamente enquanto as quatro turbinas eram activadas. Durante dois segundos a mota caiu deixando Kyrian para trás, mas assim que os 4 reactores das turbinas se ligaram, Kyrian foi disparado para a frente com velocidades semelhantes à do som, os vidros em redor vibravam e alguns chegavam a estalar com a propulsão sentida. Lance ficou para trás, ficando apenas na corrida Kyrian e Celine.
                “É impressão minha ou estou a ver 4 jactos atrás da mota?!” Apitou o intercomunicador de Celine. “Impressão vai ser senti-los a passar pela tua mota” Enviou Kyrian rindo-se e elevando-se para o nível de Celine. Lado a lado estavam a cerca de 2 minutos do ponto de encontro. Uma torre enorme erguia-se. Estavam a chegar à torre Ómega 1. Provavelmente era ali que Trace estava. “Bom, eu não queria tirar o pó do meu quarto reactor, mas vai ter de ser” Ao seu lado a moto de Celine cai e de repente ouve um berro.
                - ACTIVAR – Ao ouvir o berro, a sua moto sofre um abalo em pleno ar, com a pressão das quatro turbinas em pleno. Rapidamente a moto de Celine ganhou terreno e lado a lado uma da outra, o ar era cortado. A torre Ómega 1 era constituída por centenas de andares, sendo que nalguns níveis superiores da torre, o seu diâmetro alargava formando uma enorme pista de aterragem no seu topo. “Estou cá em cima. Um depósito de Substract para quem chegar cá em cima primeiro!”
                Celine deslizou totalmente ficando deitada na moto, acelerando para a frente, ultrapassando Kyrian… “Mas é que nem penses” – Apareceu no visor dela. Kyrian rodopiou a moto ficando com os propulsores virados para a moto de Celine e acelerou o máximo por eles, obrigando Celine a desviar a sua rota. “Não tens vergonha de fazeres isso a uma rapariga inocente como eu?!” – Ironizava Celine. “Nenhuma.” – Respondeu Kyrian acelerando a moto e começando a trepar horizontalmente a torre, enquanto que Celine subia pelo lado oposto, então, ambos começaram a cruzar-se por cada nível que subiam por cada nível que trepavam, fazendo com que o metal de que a torre era feito, ficasse marcado pela pressão das motas.
                Na recta final dos níveis, quando Celine e Kyrian acabavam de se cruzar, algo passa por entre os dois, fazendo as duas motas rodopiarem. Sem perderem mais tempo Kyrian e Celine arrancaram para o topo da torre numa corrida tresloucada. “Meu querido, não é desta que levas um depósito de Substract!” “Se fosse a ti, não tinha tanta certeza!” Kyrian acelerou ao mesmo ritmo de Celine e tal fora o impulso que ambos deram nas motos que estas literalmente saíram disparadas da superfície da torre, ficando centenas de metros acima do topo, apressando-se a regressar ao grande terraço. Mas ao chegarem depararam-se com Trace acompanhado de Lance.
                - Isto não é nada justo! – Disse Kyrian saltando da mota e dirigindo-se a Lance.
                Lance apenas se ria rodopiando os olhos. Trace acabava de descarregar uma dose de Substract para dentro da mota de Lance, aumentando assim a potência da mesma e o rendimento do combustível.
                - Não sabia que estava nas regras usar recursos para além da moto, menino Lance. – Disse Celine sorrindo.
                - Ora malta deixem-se os dois de dramas, vocês os dois apenas perderam porque estavam a fazer um show de pura exibição. Eu apenas me concentrei no caminho e deixei-vos fazer o vosso joguinho. – Disse Lance rindo…
                Celine sorriu com uma mão na cintura e outra libertando o capacete da cabeça, deixando que os seus longos cabelos negros se soltassem…
                - Hey, hey, hey… Desde quando é que pintaste o cabelo?! – Perguntou Lance.
                - E eu lá tinha pachorra para pintar o meu cabelo – Respondeu Celine. Rindo-se e deixando os seus amigos confusos – Mas em que ano é que vocês vivem? Manipulação genética meus caros… Manipulação genética.
                - E desde quando é que desperdiças dinheiro nisso? – Perguntou Trace estranhando Celine.
                - E desde quando é que tens alguma coisa a ver com isso? – Perguntou Celine sorrindo.
                Kyrian e Lance aproximaram-se um do outro e afastaram-se ligeiramente dos outros dois.
                - Oh não… - Segredou Lance para Kyrian – Lá vão eles…
                - Tens razão, não tenho mesmo nada a ver com isso – Riu-se ironicamente Trace.
                - Discutir? – Perguntou Kyrian segredando e rindo-se também.
                - Mas para que conste, foi-me oferecido.
                - Vamos embo… - Disse Lance colocando a mão no ombro de Kyrian.
                - FOI O QUÊ?!
                - Oferecido – Disse Celine dando um passo a frente, atirando o cabelo para trás dos ombros e sorrindo provocatoriamente para Trace.
                - QUEM É QUE… - Gritava Trace atirando o capacete ao chão.
                - HEY! – Disse Lance avançando para o meio dos dois – Acalmem-se os dois, tratam desses problemas depois. Estamos atrasados… para o caso de não terem reparado. – Sem esperar resposta caminhou com Kyrian para a entrada no topo do edifício.
                Trace olhava silencioso para Celine, enquanto esta digitava um controlo na moto. Ao afastar-se da moto, carregou num dos controlos da chapa colada no braço e a moto ficou gradualmente invisível. Trace ajeitou o casaco e olhando para o chão, deu um pontapé numa pedra que se tinha solto do betão.
                - Desculpa… - Segredou.
                - Não ouvi nada – Disse esta atirando o capacete de uma mão para a outra e aproximando-se de Trace.
                - Eu disse… Desculpa – Olhando nos olhos de Celine – Não queria gritar contigo, apenas não pensava…
                - O meu pai, Trace… - Disse Celine batendo com a mão no ombro deste – Foi o meu pai…
                Celine afastou-se sorrindo e segredando algo como “És mesmo tonto…”. Trace esperou que Celine se afastasse e retirou do casaco uma pequena caixa que abriu. Olhou para duas pulseiras de um metal perfeitamente ornamentado e brilhante. Em cada uma das pulseiras, uma inscrição deslizava num pequeno ecrã: “Aceitas que te ame?”. “És mesmo tonta…”, pensou. Retirou uma das pulseiras, colocando-a no pulso, escondido pelo casaco. Aproximou-se do local onde sabia que estava a mota de Celine e com a mão sobre ela, digitou um comando na sua chapa, fazendo-a reaparecer. Colocou a outra pulseira pendurada no guiador correspondente ao painel de aceleração. Voltou a tocar na chapa fazendo a moto desaparecer e entrou dentro do edifício.


   
 -LIGAÇÃO INTERROMPIDA-
-TENTATIVA DE LIGAÇÃO AMANHÃ- 

Posted by Kane Blitwun |

0 tentativas de conecção:

Enviar um comentário